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93ª Ação Voluntária EcoFaxina terá reforço de voluntários do Greenpeace


Ônibus de São Paulo trará voluntários do Greenpeace para ajudarem na limpeza do mangue em Santos. Esta será a quinta vez que as duas entidades unem forças no combate à poluição marinha.

Voluntários do Instituto EcoFaxina e do Greenpeace durante ação voluntária em manguezal de Santos.

Voluntários do Instituto EcoFaxina e do Greenpeace durante ação voluntária em manguezal de Santos.

Neste domingo (6/5) nossos voluntários retornam ao rio dos Bugres para a segunda ação de recuperação de área degradada de mangue, com um reforço de peso. Voluntários do Greenpeace descerão a Serra do Mar para dar uma força na limpeza de 3.200 m² de mangue que concentra muitos resíduos do incêndio que consumiu cerca de duzentos barracos em janeiro de 2017. Boa parte são pedaços de telha e contrapisos de cimento, que serão utilizados pela subprefeitura da Zona Noroeste na construção de uma quadra de futebol de salão para as crianças da comunidade.

A recuperação dessa área de mangue faz parte de um estudo de acompanhamento do desenvolvimento das árvores durante 12 meses, com o objetivo de demonstrar a viabilidade da recuperação de áreas degradadas de mangue como ferramenta de congelamento de favelas de palafitas e ser uma alternativa ao aterramento, valorizando os serviços ecossistêmicos e reduzindo o aporte de resíduos sólidos e esgoto em águas estuarinas. O estudo está integrado ao projeto Sistema Ambiental de Coleta de Resíduos, que tramita na Secretaria do Meio Ambiente e propõe parceria com a Prefeitura de Santos para a limpeza e o reflorestamento de áreas degradadas de mangue, instalação de ecobarreiras para contenção de resíduos sólidos flutuantes e geração de renda para famílias que habitam palafitas por meio da reciclagem.

Voluntários posam para foto após a instalação da placa de Área de Preservação Permanente durante a primeira ação de recuperação de área degradada de mangue no rio dos Bugres, realizada no dia 22/4.

Voluntários posam para foto após a instalação da placa de Área de Preservação Permanente durante a primeira ação de recuperação de área degradada de mangue no rio dos Bugres, realizada no dia 22/4.

Agir na causa, não no efeito

Para combatermos a poluição por plástico nos oceanos devemos voltar nossos olhos, pensamentos e ações para a poluição de rios e estuários, direcionando esforços na elaboração de projetos que trabalhem para diminuir o aporte de resíduos descartados principalmente por submoradias que ocupam as margens desses corpos d'água terrestres. Tais projetos devem estar atrelados à políticas públicas habitacionais e de saneamento básico para famílias de baixa renda.

Pesquisadores especialistas em hidrogeologia do Helmholtz Center for Environmental Research, em Leipzig, Alemanha, pesquisaram dados publicados sobre a concentração de plástico em 57 rios de vários tamanhos ao redor do mundo. Estas medições incluíam resíduos grandes como garrafas PET e sacolas plásticas, bem como microplástico. Eles multiplicaram essas concentrações pelo fluxo de água dos rios para calcular o peso total do plástico fluindo para o mar. Eles então alimentaram esses dados em um modelo que os comparou com o peso estimado de lixo plástico gerado diariamente por pessoa ao longo de cada rio.

Os resultados, publicados em novembro do ano passado na Environmental Science & Technology, mostram que os rios atuam como estradas no transporte de plástico para o mar e que 10 rios, localizados em regiões densamente povoadas, onde o lixo é comum, carregam mais de 90% do plástico que chega aos oceanos. Dois estão na África (Nilo e o Níger), enquanto os outros oito estão na Ásia (Yangtze, Indus, Yellow, Hai, Ganges, Pearl, Amur e Mekong).

Em contato com águas poluídas, como em muitos rios e estuários do mundo, o plástico é capaz de adsorver e concentrar até até 1 milhão de vezes os poluentes orgânicos persistentes presentes no meio aquático, e quando ingerido pela fauna marinha, transfere esses poluentes para a cadeia alimentar, causando problemas de saúde para os animais e para as pessoas os consomem.

Rio dos Bugres, Santos - São Vicente: imagens de monitoramento ambiental realizado em 26/04/2018.

Rio dos Bugres, Santos - São Vicente: imagens de monitoramento ambiental realizado em 26/04/2018.

Serviços Ecossistêmicos

Serviços Ecossistêmicos (SE) são benefícios que o ser humano obtém dos ecossistemas. Estes incluem serviços de provisão, tais como alimentos e água; regulação, tais como a regulação de inundações, secas, degradação do solo; serviços de suporte, tais como formação do solo e ciclagem de nutrientes; e serviços culturais, como de lazer, espiritual, religioso e outros benefícios não materiais (MEA, 2005).

Dentre os diversos serviços ambientais prestados pelo manguezal, como retenção de sedimentos, regulação do clima, proteção da faixa costeira, manutenção da qualidade da água e dos estoques pesqueiros, destacamos o importante papel que ele desempenha na região da Zona Noroeste de Santos em relação à macrodrenagem do solo.

A Zona Noroeste de Santos sofre com constantes alagamentos que ocorrem com a subida da maré e se agravam em dias de chuva. Um transtorno enorme para quem vive nos bairros Jardim Castelo, Rádio Clube e Bom Retiro. Nos últimos anos o rio dos Bugres vem tendo as suas margens aterradas sistematicamente, sendo possível verificar em alguns pontos uma redução de até 40 metros em seu leito, ocasionando drástica redução de sua área naturalmente alagável. Tal processo de degradação do ecossistema se intensificou nos últimos 8 anos, originando novos pontos de alagamento na região. Moradores antigos dos bairros Jardim Castelo e Rádio Clube são os que mais sentiram os efeitos causados pelo aterramento do manguezal. Residências que nunca tiveram problemas com alagamentos, hoje necessitam de muretas e vedação de ralos para que não sejam tomadas pelas águas.

A recuperação de áreas degradadas de mangue permitirá que os serviços ecossistêmicos, contribuam significativamente para a redução dos alagamentos na região e para a melhoria na qualidade de vida das pessoas que residem no entorno do rio dos Bugres.

93ª Ação Voluntária EcoFaxina

- SERVIÇO VOLUNTÁRIO: coleta de resíduos sólidos em área de preservação permanente. - DATA: 06/05, das 8:30 às 15:00.

- FORNECEMOS: transporte, coletes de identificação, sacos de lixo, protetor solar, repelente, luvas e botas (uso obrigatório). Certificado de participação - 5 horas.

- TRANSPORTE: saída do ônibus às 8:00 da rua Oswaldo Cruz, 266, Boqueirão. Mapa: http://bit.ly/2Bj26S8. Retorno previsto às 15 horas.

- INSCRIÇÕES: através do formulário online em http://bit.ly/93AVEcoFaxina

Aconselhamos o uso de roupas leves, meias para usar botas e mochila para guardar itens pessoais como lanche, água, documentos, celular, etc. Sujeito a mudança de data conforme condições climáticas.

As Ações Voluntárias EcoFaxina são uma ferramenta de educação ambiental e um alerta para o grave quadro de poluição marinha por plástico e desmatamento de mangue, bem como a necessidade de um programa habitacional voltado exclusivamente para famílias que residem em favelas de palafitas no manguezal e são a principal fonte de poluição do mar e das praias da região. Os eventos tornaram-se uma ferramenta de pesquisa e educação ambiental, que por meio da sensibilização e do trabalho em equipe, propiciam uma nova perspectiva sobre o problema da poluição marinha na região.

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